economizar água : “Carro sujo, consciência limpa. #economizeágua”
Minha nonna nasceu dia 28 de dezembro de 1916,em uma cidade pequena no norte da Itália, em plena primeira Guerra Mundial. Seu pai faleceu no campo de batalha dois dias antes de voltar para casa para conhecê-la recém nascida. Quis o destino que ela, passados 24 anos, tivesse seu primeiro filho também durante outra grande Guerra, a Segunda. E que sua filha – minha mãe – também nascesse com a guerra a pleno vapor. Minha nonna sempre contou que, nestes tempos de guerra, a comida era escassa e difícil, que não havia suprimentos para cuidar da casa muito menos dos bebês (e que desfez várias blusas suas para tricotar casaquinhos e sapatinhos para que eles não congelassem no duro inverno italiano). Estes tempos difíceis marcaram muito seu modo de viver, até hoje aos (quase) 98 anos. Uma grande austeridade com tudo, objetos e comida, e uma frase típica: “Vocês desperdiçam tanto porque não passaram pela güerra “(assim mesmo, com o trema, evidenciando o sotaque italiano). Com esta austeridade ela conseguiu prosperar e ter uma vida muito boa, mesmo ficando com o marido paralisado por 23 anos devido a um derrame (mas isto é história para outro post). Uma guerreira, um exemplo, meu orgulho.
O estado de São Paulo – em especial a cidade de São Paulo – vem enfrentando uma grande crise no abastecimento de água devido à estiagem de 2014. Não é novidade para ninguém mas este fato me traz à mente o ensinamento da nonna: são em épocas adversas que aprendemos atitudes importantes que podem mudar (para a melhor) toda a nossa vida. Acho que as três dicas práticas para economizar água que mostro por aqui podem servir para muitas pessoas, em muitas ocasiões, mesmo as de abundância. São fáceis de incorporar à rotina, trazem um consumo consciente para um bem que é tão importante e vital. Passada a güerra minha nonna jamais ingeriu pão integral porque a farinha escura a lembrava os tempos difíceis. Infelizmente nós não podemos prescindir da ingestão de água para nos mantermos vivos, então peço atenção para estas três atitudes simples que podem fazer a diferença.
Guarde a “primeira água” do banho em um balde para reutilizar: Sabe a água que corre ralo abaixo até que o chuveiro fique na temperatura ideal? Então, é desta água que estou falando. Coloque um balde e colete esta água boa para usar, seja na limpeza da casa (com pano e rodo), para lavar louça, roupa ou para a descarga do vaso sanitário. Uma válvula de descarga gasta, em média, 20 litros de água que você pode facilmente substituir por pequenas doses nos baldes. Para ampliar este caso vale também captar a água da lavagem de mãos tirado o sifão de seus ralos e substituindo por baldes (assim como fez o Professor Pardal – vou postar a foto no Instagram) ou mesmo captando a água do banho com uma bacia grande sob nossos pés.
Escove seus dentes com um copo: escovar os dentes com a torneira não muito aberta, em 5 minutos, gasta 12 litros de água. Um copo de 250 ml é mais do que suficiente para molhar a escova antes da escovação, bochechar e depois limpar a escova. Experimente. A economia é enorme!
Ensaboe toda a louça com a torneira fechada e só depois enxágüe: lavar a louça com a torneira meio aberta consome 120 litros de água, uma quantidade absurda. Antes de começar esta tarefa, limpe bem os pratos e utensílios com um papel toalha, deixe as peças mais difíceis de molho em uma bacia e, acima de tudo ensaboe tudo com a torneira fechada e só depois realize o enxágüe todo de uma vez. Já dei estas dicas em vídeo há mais de um ano, mas vale revisitá-las (para ver no YouTube estas e outras dicas para lavar louça com mais consciência e economia, clique aqui: http://youtu.be/FRmURFvmw-w)
Não estou falando nem do básico, como NÃO lavar a calçada com a mangueira e nem lavar o carro sem necessidade – achei bárbaro o cartaz colado ao carro da foto de abertura do post. Sei que há muitas outras ideias e práticas(vale deixar seu comentário aqui para dividir com mais gente), mas o importante é que tomemos uma atitude. Quando agimos juntos, conseguimos grandes mudanças.
Um beijo,