Dia 17 é sempre um dia muito especial em minha casa.
Meus pais se casaram em um dia 17.
Eu nasci em um dia 17.
E durante muitos anos, muitas outras coisas boas aconteceram sucessivamente em dias 17.
Eu e meu pai (agora, anteriormente isto incluía minha mãe) temos o costume de nos parabenizarmos todo dia 17 de cada mês.
Como hoje é dia 17, resolvi abrir isto.
Olha eu aí, refletida, tirando fotografia para este post
Tive duas mãozinhas virtuais do acaso (?):
1. pela postagem família da
Viviany de hoje (o comentário que deixei lá me sucitou isto)
2. por ter recebido, restauradas, na semana passada as duas peças que mostro aqui.
As peças são:
*um açucareiro de prata, que meus pais devem ter ganho no casamento (estava todo riscado depois de ter sido “limpo” com
Bombril, com uma alça quebrada…)
*um arlequim (que estava com os dois pés quebrados, fora da base)
Por que estas peças? O que aprendi com elas?
O Açucareiro
Bem, o açucareiro….Esta história vai longe.
Minha mãe era professora da rede pública. Então tinha férias em julho e dezembro, seguindo o ano letivo. O que ocorria em dezembro?
Limpeza geral da casa (que agora eu apelido de “a limpezona geral de final de ano”).
Era época de limpar tudo, de cabo a rabo. Isto incluía as peças de prata – não que fossem muitas, mas na época que minha mãe casou era “chique” ganhar coisas em prata… – com seções intermináveis de pasta de dente.
Fui incluída nisto muito cedo.
Sempre me diverti muito neste processo -até que, depois de um tempo, fui enjoando.
O que gerou um pequeno efeito colateral: quando casei, decretei:
“Nada de peças em prata!”
Nem passei pela seção de prataria da loja….
Bem, nisto, desde que me lembro por gente, o tal açucareiro já estava riscado devido à limpeza com Bombril e era sempre o último da fila…
A alça… nem sei como quebrou.
Mas agora está ele aí, todo pimpão na minha sala de jantar.
Moral da história: com o açucareiro lembrei de como deveria organizar a casa, o trabalho, a família e que ficar perdendo tempo limpando tudo com pasta de dente era péssimo (no restauro, a peça ganhou um banho de prata com uma resina, que não deixa a peça escurecer novamente, hehehehehehehe…)
O Arlequim
Também já contei que minha mãe era italiana e que chegou aqui no Brasil trazendo aquele
baú…
O Arlequim também veio com ela – acho.
Se não veio, foi enviado posteriormente por algum parente.
Para quem não sabe, o Arlequim é um personagem da Comedia D´Arte italiana – para saber mais
aqui,
aqui e
aqui. É o bobo da corte.
Quando assisti à palestra com o
Wellington Nogueira, do
Doutores da Alegria, lembro perfeitamente dele falando sobre a importância do palhaço através dos tempos. E que o bobo da corte era aquele que abria os olhos de todo um reino, que colocava na cara das pessoas os absurdos que eram feitos.
O Arlequim está aí, firmão e fortão, para abrir os meus olhos.
Moral da história: O óbvio é invisível aos olhos.
Feliz dia 17 para vocês também!
Com um grande beijo meu.